1 de nov. de 2008

Amor, velho amor ...

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Desejo um amor feito o vinho
Que, embora seja doce, o tempo lhe transforme
Que, ao prová-lo, eu possa sentir
a magia que o tempo lhe proporcionou.

Desejo um amor, que como o vinho,
Mantenha sua doçura genuína,
Mas que ofereça muito mais que sua doçura original.

Desejo tocá-lo com as mãos e descobrir suas formas.
Desejo desnudá-lo e provar da sua essência...
Cheirá-lo e que seu aroma me desperte...
Que seja uma inspiração.

Desejo tê-lo em minha boca e degustar o seu sabor.
Que ele adentre o meu corpo
e eu sinta o calor desta invasão.

Desejo desfrutar este momento...
Fechar os olhos e sentir...
Lenta e profundamente esse ritual de prazer.

E que, ao abri-los, eu descubra que posso repetir,
que cada gole sirva para me aflorar ainda mais.
E que, ao sorvê-lo, eu me sinta ao mesmo tempo,
mais viva e mais envolvida.

Desejo ser embriagada.
Desejo a insensatez, a loucura e o suor
provocados pelo vinho, tal qual pelo amor.

Engolir até a última gota e, ainda assim, me saber inteira!
E então, depois de desnudado e consumido,
quero a mesma marca, mas sempre uma nova safra.

E ao voltar à lucidez, é provável que eu sinta dor...
Talvez a saudade deixe lágrimas em meus olhos,
mas levarei na alma para sempre,
a certeza de que foi amor!

Rosana Braga
(do livro: “Amor sem Regras para Viver”)
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6 comentários:

Patricia AC disse...

Eu tb desejo um amor assim. Belíssimo texto! Bjs

Anônimo disse...

Rosana Braga é tudibom, não amiga? Mas, enquanto esse amor não vem, que tal pedir um tinto seco e sentar comigo? Bjs

Anônimo disse...

Mas a vida tem regras, mesmo...Que não amor é complicado...Que bela prosa...

Beijitos ternos

Ana disse...

Nossa! Lindo! Arrancou lágrimas e muitos suspiros...
Bjo

Anônimo disse...

cool blog

Anônimo disse...

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