24 de set. de 2010

Contando um pouco do meu momento atual ...



Nunca desejei que minha vida fosse feita toda ela somente de momentos tranquilos. Se não houvesse os tropeços, esqueceria como é a paz, pois esta se transformaria em tédio. Nem esperei que somente aparecessem pessoas sinceras à minha volta, pois como aprenderia a diferenciar o verdadeiro amigo do falso? Nem me importei que não me houvessem dito somente verdades, afinal, como poderia eu aprender a detectar as mentiras?

Não me importei quando percebi que o meu não era um caminho muito reto, pois a falta de curvas e de alguns obstáculos poderia ter me dado muito sono. Também não me importei por não ter conseguido as coisas que desejava com muita facilidade, afinal, precisava aprender a valorizar as minhas conquistas. Nunca esperei que me julgassem a supremacia da inteligência, mas, permitir colocar um carimbo de “burra” na minha testa... ah... isso não. Nunca!

Aprendi a viver com pessoas sinceras, mas também com aquelas que pensam que me enganam. É claro que sou responsável por esse pensamento delas, afinal, eu deixo que pensem. Já houve época na minha vida em que eu necessitava desmascarar pessoas. Imagine só deixar alguém pensar que estaria enganando-me.  Que besteira... Aprendi que, em certas situações, é melhor soltar a corda para ver até onde vai.

Porém... chega um momento na vida da gente em que a gente se cansa e  tem vontade de dar um BASTA em tudo! Engatar uma marcha à ré, retornar e começar tudo de novo. Podemos também continuar de onde estamos, mas aí precisaríamos continuar com a mesma bagagem e isso pode não ser muito interessante.

Estou passando por esse momento em minha vida. Vontade de retornar e enveredar por outros caminhos ainda desconhecidos, mas levando toda experiência que adquiri neste em que estou. Quero me desfazer de tudo que estou carregando, voltar e fazer minhas malas novamente.

Pretendo aproveitar dois acontecimentos nos próximos dias que me ajudarão muito. Uma viagem a Portugal (Lisboa e Porto) a trabalho, mais umas férias vencidas que decidi tirar em seguida e ficar afastada de tudo por pouco mais de 30 dias, sendo que o período seguinte deverá coincidir com minha mudança de residência.(Há três anos atrás comprei um apartamento na planta e agora ele está pronto). E nada melhor que uma casa nova para receber uma vida nova. Além disso, estão surgindo novas oportunidades profissionais (mas isso, eu conto depois...)

Na minha viagem, aproveitarei para colocar as “reflexões” em dia e na minha mudança levarei somente o que me faz bem. E o que me faz bem é o que faz sentido em minha vida. Já está na hora de abandonar coisas e pessoas. Coisas inúteis e pessoas que não me respeitam e não me consideram da forma como mereço ser respeitada e considerada.

Amigos “verdadeiros”, levarei TODOS! Dos falsos, quero distância. Cansei de ser “a boazinha”. Quero ser boazinha comigo, isso sim. E ser boazinha comigo é conservar meus amigos junto a mim, pois eles são meu maior tesouro. Incluo minha família quando falo dos meus amigos, pois desde meus filhos até minha nora e genro (e a família deles) são todos verdadeiramente meus amigos.

Também não quero deixar de ser blogueira, pois meu blog é meu santuário. Verdadeiro milagre é o número de amigos maravilhosos que conheci aqui. Esse meu tesouro aumenta dia a dia, mas não decidi ainda se continuarei com o Fenixando ou se criarei outro. Talvez, pelo próprio nome, eu continue por aqui mesmo e apenas faça algumas modificações.

Bem, amigos, pelo que expus acima, a partir do fim deste mês, precisarei ficar um tempo afastada, mas, estejam certos: voltarei. Não abandono a blogosfera, de jeito nenhum. Pretendo ficar esse tempo “caminhando contra o vento, sem lenço e sem documento”... provavelmente também sem telefone e sem destino certo. Preciso de um tempo a sós comigo. E acho que vai ser bom demais. Embarco dia 30/09, mas até lá, ainda volto por aqui.

Beijos para todos, recheados com saudade antecipada!

Sueli

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19 de set. de 2010

O Melhor em Mim

Eliane Gasparetto, do blog Um Pouco de Mim, lançou uma blogagem coletiva e eu estou participando. Gostei do tema: “O Melhor de Mim”. Eliane pede que eu fale de mim, das minhas qualidades e daquilo que há de melhor em mim (na minha opinião). Vamos lá:
O melhor de mim aconteceu no dia que percebi que não me amava o suficiente, ou seja, eu sempre amava alguém mais do que a mim mesma. E por não me amar completamente, eu sempre precisava que alguém completasse o amor que me faltava. E nessa busca incessante pelo amor do outro, mais o meu auto amor ficava abafado.




Então ...

No dia que me amei de verdade, deixei de fazer cobranças, justamente por não precisar mais do que antes eu cobrava, assim ganhei a qualidade de deixar de ser chata.

No dia que me amei de verdade, aprendi a dizer “não” e assim ganhei a qualidade de ser sincera cem por cento.

No dia que me amei de verdade aprendi a cuidar de mim mesma com muito carinho e então ganhei a qualidade de ser auto suficiente.

No dia que me amei de verdade, aprendi a gostar da minha companhia, então ganhei a qualidade de aceitar e não ficar ressentida com pessoas que não me procuravam.

No dia que me amei de verdade, aprendi a chorar somente de felicidade ou de emoção, rir mais e ter o semblante mais sereno, assim ganhei a qualidade de ser uma companhia mais agradável.

No dia que me amei de verdade, aprendi que sempre estou onde eu mesma me coloco, então ganhei a qualidade de ser mais responsável e assumir essa responsabilidade, isentando, assim, qualquer outra pessoa da culpa pela minha infelicidade. 

No dia que me amei de verdade, aprendi a não dar poder para as outras pessoas me magoarem e com isso ganhei a qualidade do alto respeito.

No dia que me amei de verdade, aprendi a me perdoar e me perdoando, entendi que não preciso pedir perdão a mais ninguém, pois se ninguém tem o poder de me magoar eu também não tenho o poder de magoar ninguém. Então ganhei a qualidade de ser mais autêntica.

No dia que me amei de verdade, passei a valorizar mais as pessoas que realmente gostam de mim e então, ganhei um montão de amigos sinceros, amigos de verdade. Isso me proporcionou a qualidade de poder demonstrar sem receio o amor que sinto por eles.  
                                                                                                   
No dia que me amei de verdade, perdi o medo de perder, pois percebi que eu era capaz de cobrir qualquer falta dentro de mim, então ganhei a qualidade de não ficar segurando e, com isso, incomodando as pessoas.

Eu ficaria aqui a noite inteira escrevendo sobre as qualidades que adquiri quando aprendi a me amar de verdade, mas vou encerrar por aqui citando a maior de todas elas: quando eu aprendi a me amar de verdade, eu me tornei uma pessoa verdadeiramente FELIZ!

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15 de set. de 2010

Seu porto seguro


E então... continuo a fingir que não sei
de teu desembarque em novas praias
ou em novos cais clandestinos.

(prefiro importar-me com tuas chegadas,
quando te prendes a mim com tuas cordas
tal qual um navio apaixonado descansando
no dique com suas amarras arriadas
... e não com suas partidas)

Porque eu, 
mesmo que o resto do mundo não saiba,
ainda sou teu único porto seguro!

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9 de set. de 2010

Saudade ... difícil entender.



E lá vou eu de novo falar em Saudade...
Saudade é um sentimento muito forte e muito intenso,
mas é preciso muito pouco para matá-la.
Basta um "Cheguei!" Ou um "Olá!" 
Ou, talvez, apenas um "olhar..." 
Sentir Saudade é complicado, até difícil de entender.
Alguns povos nem conseguem encontrar 
um nome para lhe dar.
E triste sentir saudade, 
mas é mais triste ainda não ter razões para sentir.
De repente, você pode ficar sem ver alguém ,
sentir Saudade, mas acostumar-se com ela 
e até pensar que esqueceu.
De repente, a vida traz esse alguém volta
e apenas alguns momentos ao seu lado
são suficientes para sentir que ela (a saudade) morreu.
Mas, apenas alguns dias sem ver esse alguém novamente,
fazem a danada voltar renascida,
com mais força e mais poder,
Então, quem acaba morrendo, de saudade... 
... é você!

(Sueli Benko)

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3 de set. de 2010

Casa em ordem



Despertei com um sorriso nos lábios, reverenciei o sol, cujos raios entravam pela janela, senti uma sensação estranhamente doce e conhecida, mas percebendo que já há muito tempo não a sentia. Levantei-me, corri os olhos pela minha casa e tudo estava na mais perfeita ordem. Um doce perfume pairava no ar; uma brisa suave tocou meus lábios, fazendo-me lembrar de doces sensações. Havia flores novas e vivas num vaso muito antigo, mas não menos belo. Tudo estava muito limpo e completamente em ordem. Até o quebra-cabeças em que no dia anterior eu não terminara de fazer, estava ali, sobre a mesma mesa, completamente pronto e com todas as peças encaixadas.
Nesse momento, uma bela borboleta que também já havia sido uma lagarta, entrou pela janela e pousou suavemente numa flor, com pose de quem estava ali somente para admirar  sua beleza. Peguei uma das flores nas mãos e, nesse momento, compreendi que todas as pessoas que em minha vida entraram, todos os problemas que apareceram, todas as faxinas que precisei fazer, todas as reformas pelas quais passei, todas as mudanças que participei, todos os impostos que paguei e todas as vezes em que precisei reconstruir, ao longo de todos esses anos, nada mais foram do que preparativos para receber-te com a casa em ordem.

Sueli Benko

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