25 de fev. de 2012

Gota d'água que transborda o copo



Uma gota d’água, por ser tão pequena, traz-nos a ilusória sensação de que não machuca. Mas, experimente ficar uns oito anos numa mesma posição, recebendo os pingos de uma gota d’água no mesmo local de sua pele...

A última gota caída dói mais que a penúltima e assim por diante, mas muitas vezes, temos a esperança de que a fonte venha a secar e que as gotas já não sejam de água, apenas de brisa. Então, vamos suportando uma a uma... incessantemente... O local pode estar ferido, mas passamos um remedinho e vamos ficando expostos... porque achamos que aquela água é a única que existe e julgamos que não podemos viver sem ela.

De repente, eis que chega aquela tal gota que, mesmo sendo do exato tamanho das outras, causa um choque tão grande que nos faz dar um pulo e dar um basta! É a chamada “gota d’água que transbordou o copo”.

Isso acontece em muitos setores de nossas vidas, ou seja, no social, profissional, amoroso, etc. Já recebi em minha vida, algumas dessas gotas fatídicas. Recentemente, caiu uma bem em cima do meu nariz.  Engraçado, não doeu (acho que o local já estava anestesiado, insensível, sei lá). Mas, chocou. Chocou tanto que pulei fora, de forma assustadoramente assustada!

E pude ver que há um oceano muito grande, com água abundante à minha volta. Mas devo confessar que, talvez por costume, e mesmo não desejando de forma alguma voltar a me posicionar no lugar de outrora, em alguns momentos sinto ainda muita saudade do toque daquela gota e fico olhando para o lugar onde ela continua a cair... (fora de mim).


Sueli Benko

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10 de fev. de 2012

Flores e Pedras



Hoje, olhando para as belas flores do caminho,
lembro-me do tempo em que só havia pedras.
Olho mais atentamente e vejo que as pedras continuam lá.
Percebo, então, que o que mudou foi apenas a minha atenção.

Enquanto me encanto com as flores,
 não me atento às pedras,
mas é por elas que subo 
e que chego onde devo chegar.


Sueli Benko

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