Se repararmos bem, a vida é exatamente como uma estrada. Às vezes, uma reta asfaltada, uma curva aqui, outra acolá, mas muito fácil de se trafegar e, geralmente nessas, não usamos nossos próprios pés. Também não temos muitas oportunidades para admirar as paisagens e o perigo que, quando existe, pode chegar sem aviso e ser fatal.
Outras vezes, caminhos mais íngremes aparecem à nossa frente e, se quisermos atingir nossos objetivos, teremos de seguí-los, porém, por nossa própria conta, sozinhos ou acompanhados, dependendo da situação. Podem ser planos, com subidas e descidas e, dependendo de nossa direção, podem ser estreitos e difíceis ou amplos e mais confortáveis. Nada nos obriga e seguir por eles. Podemos até mesmo nos sentar sobre uma pedra, aparentemente confortável, e apenas ficar descansando, assistindo os outros passarem por ali.
Mas, nosso senso de aprendizado, geralmente, nos impele a seguir adiante. Usamos nossa inteligência ou vamos aprendendo a usá-la no percurso. Tudo seria mais fácil se, mesmo com obstáculos, as encruzilhadas não surgissem à nossa frente. Nas estradas da vida, elas dificilmente são sinalizadas. Não sabemos exatamente onde cada uma nos leva. Só podemos ter certeza que um passo adiante poderá nos levar a atingir mais rapidamente o nosso objetivo, como também retardá-lo ou, até mesmo, fazer com que ele desapareça, dando lugar a outro, ou não.
Todavia, nossos caminhos também contém armadilhas. São os famosos atalhos; muitas vezes, seguimos por um deles, esperando chegar mais rápido, mas ele possui tantas curvas e nos confundem tanto que, sem esperar, após uma longa e infrutífera caminhada, podemos acabar retornando exatamente ao ponto de partida.
Quando isso acontece, penso que precisamos parar um pouco e, ao invés de nos desesperarmos, devemos entender que a vida colocou-nos de volta no início do trajeto, provavelmente, para prestarmos a devida atenção em algo que tenha passado em branco ou, talvez, esteja nos dando uma nova oportunidade para escolher o caminho mais correto e produtivo desta vez.
Sueli Benko
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